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25 de jul. de 2011

Tipo: Caipirinha é sinônimo de... ?

Vou postar não-resenhas aqui também. Tipo, eventualmente eu passo um bom tempo pensando em certas coisas gastronômicas, e decidi dividir isso com vocês.

A primeira é algo que eu tenho pensado há muito tempo. Dado o meu último evento com o assunto, não tive escolha a não ser começar por ele mesmo. Caipirinha.

Caipirinha é sinônimo de quê? Sério, pense muito bem no que você quer quando pede uma caipirinha, e só então responda essa pergunta.

A grande maioria das pessoas que eu conheço prefere caipirinha com vodca, rum ou saquê, e feita com limão, maracujá, kiwi, morango, carambola, e etc. Nomes alternativos (caipiroska, saquerinha, caipiríssima, caipimerda-nenhuma, etc) foram criados pra manter a identidade da caipirinha tradicional. Na boa, até aí eu não tenho do que reclamar. Desde que a tradicional mantivesse o mesmo nome.

Quando pensei em escrever sobre isso, resolvi tuitar a mesma pergunta ("O que é caipirinha?") pra ter evidência do que eu estou falando. Recebi algumas respostas engraçadonas, uma ou outra correta, e a mais esperada e desejada:

"Bebida com pinga/vodka/saquê e frutas esmagadas com açúcar. Acho que isso define, né?"

Ok. O meu argumento tem base. Agora vamos às minhas histórias.

Há dois anos eu era bartender em um restaurante japonês. Muitas, muitas e muitas saquerinhas saíram das minhas mãos. Algumas caipiroskas também, a desgosto deste que as preparou, além de poucas caipirinhas de verdade. E nunca houve reclamação. Em um sábado agitado, o filho da dona do restaurante (um cara de, sei lá, 18 anos) ficou lá pra me ajudar. Chegou um pedido de caipirinha, e ele tomou a iniciativa de executá-lo. Drink pronto e na bandeja do garçon, quase sendo levado à mesa, eu perguntei a ele:

- Que bebida você usou nessa caipirinha?
- Vodca ué. Caipiririnha é feita com vodca, certo?

Fiquei na minha, guardei o drink que ele fez (rezando pra que chegasse um pedido de caipiroska antes que aquela amargasse), e fiz uma caipirinha de verdade. Sem dar sermão, sabe-se lá como, dada a minha pedância.

Daí sábado agora eu fui a um bar com meus amigos. Um deles pediu uma caipiroska, e eu pedi uma caipirinha, mas não sem antes ser questionado se eu queria limão ou morango no meu drink. O pedido do meu amigo chegou, e uns minutos depois veio o meu. Experimentei, e concluí que aquilo tinha sido feito com vodca. Minha amiga, super querendo evitar climão, trocou o mojito dela pela minha, well, caipiroska. Na rodada seguinte eu pedi pro mesmo garçon:

- Uma caipirinha, por favor. Mas dessa vez pede com cachaça... aquela outra veio com vodca.
- Ah, ok, aquela veio com vodca porque, bem... caipirinha é feita com vodca, né?

Tipo. Se no churrasco da firma você e seus amigos quiserem fazer o baguio com vodca e chamar de caipirinha, ok. Ninguém pode impedir. Mas, CACETE! Se nos bares o sinônimo de caipirinha é "drink feito com vodca e frutas à sua escolha" existe algo muito errado aí. E quem tem que mudar é quem sabe o que é a maldita bebida?!

A mesma amiga que trocou os drinks comigo disse que o garçon não estava errado, já que o menu mesmo tinha vodca na definição. E ela não está errada. Nem o garçon, e sequer meu colega blogueiro que tuitou aquela resposta está errado. O problema é que essa coisa linda chamada Brasil tem dificuldade em manter identidade. E não, não é porque a cultura evolui. Experimenta falar pra um mexicano que Margarita é seja lá o que for, mas sem tequila. Tenta perguntar pra um bartender de Nova York se ele te faz um Cosmopolitan sem vodca. E não reclama das respostas mal-educadas.

De novo: nomes criativos pra batizar seus (ok, me rendo) bons drink são ok. Mas caipirinha sempre foi e sempre será:

Cachaça, açúcar, limão e gelo.

E nada além. Não importa o que você prefere. Não com esse nome.

15 de jul. de 2011

Rizzo Gourmet - Risoto Brasileirinho

Outro dia meu amigo Luiz (auto-entitulado "fã número 1 do blog") me pediu idéia pra fazer um risoto. Sugeri abóbora com carne-seca. Ele me pediu receita e tudo... é, você oferece a unha e galera quer até o suvaco. Enfim, criei uma receita, dei várias dicas pra ele, ameacei a vida do rapaz caso não usasse vinho branco, manteiga, arroz arbóreo, se não mexesse sempre ou cozinhasse demais, etc. Pedância básica não só minha como de qualquer um que faz risoto.

Depois de, sei lá, dois meses, essa semana eu estava no shopping pra almoçar e vi uma marca fast-food que eu não conhecia: Rizzo Gourmet. Não precisei ser PhD em italiano pra poder gritar por dentro: RISOTO!!! Meu, um lugar especializado em risoto! E ainda deixando bem visível logo abaixo do nome: "Feito com o autêntico arroz arbóreo" ou algo assim, não lembro direito, tamanha a minha felicidade... ok, estou exagerando. Mas enfim: vem ni mim agora mesmo.

Risoto Brasileirinho
Abóbora e carne-seca (entendeu o porquê da história no começo do post?)

Ok, feito sim com arroz arbóreo, ok, tinha sim abóbora e carne seca... e olha, de fato podia ter mais carne, mas isso nem foi um problema perto de: arroz mole, não é feito com base de manteiga, o caldo usado pra cozinhar é muito forte, nem senti gosto de abóbora, e o queijo disponível pra ser adicionado, que eu coloquei aos montes e não fez muita diferença no sabor, nem de longe é parmesão. Ou seja? Risoto é o cacete.

Vender um risoto desses chamando de autêntico pelo tipo do arroz é igual vender uma Feijoada assim:
- Tradicional feijão preto
- Paio, linguiça, costelinha, orelha, rabo e pé de porco Coxa, sobrecoxa, peito, pescoço, bico e pé de galinha
- Arroz branco Arroz de sushi
- Couve abafada Rúcula fesca
- Farinha de mandioca Paçoca esfarelada
- Torresmo Batata-frita
- Laranja Blueberries

Rizzos.

Quanto? R$16,90 (e nem vem com essa de que é péssimo assim pelo preço. Já comi risoto de arroz agulhinha mais barato e muito melhor que isso)
Onde? Rizzo Gourmet

4 de jul. de 2011

Suplicy - Frappé

Eu lembro de já ter dito aqui bem claramente: Eu não gosto do Frapuccino da Starbucks. O baguio é uma das manias que mais tem durado no mundo hipster-pseudo-indie-pedante da cidade de São Paulo. Pessoa dá pause na música da Florence + The Machine em seu iPhone, tira foto do copo que tem seu nome escrito, e posta no instagr.am se achando cool demais, mas mano... não. Aguado, ultra-gelado e grosso.

Claro, existem frappés de outras redes de cafeterias também. Mas só nesta última sexta-feira que eu experimentei o primeiro que eu achei digno de ser postado aqui. No Café Suplicy.

Suplicy é uma rede especializada em café gourmet. Típico lugar pra tomar um espresso, capuccino, mocaccino, e sei lá mais o quê, e comer coisinhas que custam dois rins e meio. Esta foi minha primeira vez lá. Aparentemente existe um cardápio novo de frappés com polpa de fruta (você quis dizer: smoothie?), mas eu fui num dos clássicos mesmo:

Frappé Mocha
Espresso, leite e calda de chocolate, com ou sem chantilly.

Gelado na medida certa, consistência suave, e, vejam só que surpresa: saboroso. O sabor do café E do chocolate estão bem presentes e harmonizando. O chantilly é de qualidade, diferente das manteigas brancas que a gente vê por aí. Além das vantagens: Primeira: você escolhe entre leite integral, leite magro, ou bebida a base de soja. Segunda, e melhor de todas: vem chorinho! Aliás, chorão. Estão vendo o copo à esquerda do copo do frappé? Pois é. Excelente. Só falta ser menos absurdamente caro.

Quanto? R$12,00
Onde? Suplicy Shopping Pátio Paulista (fica dentro da Saraiva Mega Store)


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